terça-feira, 1 de dezembro de 2009

a dor

é, está comprovado que a dor pode tanto ser um catalisador quanto um impeditivo à criatividade.

vontade zero de pensar, vontade zero de escrever, vontade zero de justificar.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

das escolhas que a gente faz

não existe profecia, mãe de santo, deus, mapa astral, orixá, cigana ou qualquer outra coisa que o valha (que eu, por acaso, acredito demais) que coordene mais nossos caminhos do que as nossas próprias escolhas.

o livre arbítrio é desde sempre a mais democrática e justa opção de seguir (sem levantar questões religiosas, por favor). você - e só você mesmo - decide se vai virar à esquerda ou à direita numa bifurcação da estrada. e na vida é igualzinho, cada um decide por si só se vai jantar em casa vendo filme de pijamas ou sair por aí pra dar uma volta na night*.

parando pra pensar, essa simples e ingênua decisão pode mudar toda uma vida. toda uma, duas, três, quatro.... toda, todas, todinhas!

você pode ter o pneu furado, aceitar ajuda de uma pessoa que cruzou ali seu caminho, e se tornarem super amigos! e esse amigo pode vir a ser seu padrinho de casamento e pode, inclusive, te emprestar uma grana quando você estiver apertado. se o pneu não furasse ou se você não aceitasse a ajuda, você talvez topasse com outra pessoa mais pra frente que poderia vir a ocupar este lugar que jamais seria conhecido pela primeira. e isso, por consequência, implica romance, família, casamento, negócios, saúde, amizade. tudo tudo que contempla a vida.

e eu fico aqui flanando sobre as minhas escolhas: e se eu não tivesse prestado vestibular, e se eu tivesse ouvido meu pai e ficado em pindamonhangaba eternamente, e se eu não pedisse demissão com uma semana de carteira assinada, e se eu não fosse ao fatídico evento corporativo, e se eu tivesse ido embora direto pra casa, e se eu não tivesse aceitado, e se eu não quisesse mais estudar e se eu não tivesse casado???

é, a cabeça dá voltas, muitas voltas e meia volta nesses minutinhos de viagens lisérgico-filosóficas.

eu escolho o meu destino. você escolhe o seu.

*já faz parte do meu vocabulário carioca. paulistas, aqui leiam balada.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

medos


tem gente que tem medo de barata. minha mãe, por exemplo.
tem gente que tem medo de água. hummm... o cascão, por exemplo.
tem gente que tem medo de escuro. tem gente que tem medo de monstro. tem gente que tem medo de fantasma. tem gente que tem medo de gente.

eu tenho medo de ter medo.

acho que mais que a paixão, esse é um sentimento que me vulnerabiliza no grau mais elevado da insconsciência e da falta de controle. até porque eu também tenho medo da paixão, o que leva o medo do medo ao primeiro lugar no ranking dos medos que eu tenho medo.

ultimamente tenho tido medo de morrer, o que soa um pouco estranho para os meus míseros 24 anos de vida. mas é que o medo de nunca mais poder sentir a paixão ou mesmo o medo de nunca mais ter medo de sentir medo, me enchem de medo. pavor, nesse caso. e essa é uma das sensações mais esquisitas que eu já senti.

acho que cada um tem dentro de sim um espacinho reservado para as maiores esquisitices.

bem esquisito. não se entende nem com ele, quiçá comigo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

lições da vida #1


não esperar.
a não ser que espere a si mesmo. e mesmo assim: não confie.
você também se trai. mais que qualquer outra pessoa, inclusive.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

o símbolo

há exatos oito anos, em um ato covarde e temoroso, eram destruídos dois dos maiores símbolos de uma nação.

há exatamente um ano, em um ato firme e corajoso, era construído um dos maiores símbolos da minha vida.

uma data especial e cheia de significados, que marcou um pedido, um compromisso, um sentimento. como um novo capítulo de um livro, chegou para começar uma nova fase dessa história.

aquele brilho solitário veio iluminar o caminho que eu haveria de percorrer para chegar até aqui, veio me apresentar a vida como ela realmente é: com seus lados bons e os nem tão bons assim.

os bons ficaram e ficarão muito bem guardados, num espacinho de fácil acesso e simples associação, onde qualquer som, cheiro ou imagem relacionada serve de transporte pra um dia lindo, pra uma conversa especial, pra um beijo bom.

os nem tão bons foram pro depósito. ficam lá trancafiados no escuro, porque a empresa que os recolhe para descarte só passa a cada muitos anos... por isso fecho bem e escondo a chave para não correr nenhum risco da tentação me levar a revisitá-los, apesar de vez por outra eu conseguir ainda sentir o cheiro deles saindo por aquela janela. sim, eles têm ar e respiram. ainda não morreram.

assim, depois de devidamente apresentada, a vida segue. eu sigo, ele segue, e o nosso símbolo também segue. cada dia mais reluzente. mais brilhante. mais importante.

é, minha vida.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

além daqui, e dali

na última noite sonhei com ela.

era pequenina, macia, doce e tinha os cílios enormes, como eu havia profetizado. aqueles mesmos cílios negros e compridos que me entorpeceram em um 11 de outubro passado.

falava manso, quase sussurrava -como aquelas abelhas de camões ao vento. monossilábica e onomatopéica, mas era tudo uma questão de tempo que eu sabia. sabia e sentia e sorria. e vivia aquilo como se fosse agora, como se fosse pra sempre.

um desejo guardado, um sonho engavetado. na fila dos próximos acontecimentos. aguardando emergir na alegria e na tristeza um dia prometidas.

enquanto isso o tempo passa, a gente cresce e prepara o mundo. espera pra receber quem um dia veio me ver dormindo.

helena.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

cazuza

agora eu sei
que cresci
junto com os meus pecados
e aprendi como eles são engraçados

eu já vivi de tudo um pouco
mas tô esperando um truque novo
que me largue caindo
do alto de um abismo

o tempo vai dizer
se o que espero me interessa
se eu levo a vida
ou se é ela que me leva.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

doce

ah, doce sentimento
leva minha vida
me carrega de amor
no amor

me enche de sorrisos
de abraços
vida doce
doce você

um sonho tão bom
um céu tão azul

ah, vida doce
doce você

terça-feira, 24 de março de 2009

a vontade do que ser ia



o sussurro interrompe o silêncio

como um vácuo no vento que passa entre as árvores sugerindo um leve balançar das folhagens
que entre si, se roçam... procurando sua zona de conforto

e logo ali.... ali em cima, espia o sol.
servindo de palco para a dança que recomeça
e recomeça...
começa
e
acaba.


num ballet intrigante

o natural se manifestando, e pedindo para ser iluminado
pelos olhos de curiosos e distraídos
que por ali, passavam...
que por ali, procuravam...


no ponto final

.

uma margem para um recomeço
que recomecar (ia) ali.
no ponto.
mesmo.

parado. ado. ido. no vindo. e indo. só para quem quer.
ou quem não sabe, mas quer...
e descobrir (ia) que quer (ia) apenas estar lá.

consagrando e prestigiando o fato de ser

de ser feliz.

de ser vivo.

de ser assim.
de estar assim.

de estar ali.


e assim, segue satisfeito.

por atiçar sua distraída percepção e volta para a penumbra do cotidiano.

pro dia-a-dia, pra agonia...

...para a vontade do que seria.


* com a feinandinha em uma de nossas saudosas madrugadas produtivas


quinta-feira, 19 de março de 2009

a.c.o.r.d.a.c.o.r

buscando um dia encontrar, parei pra pensar no tom. não o jobim, nem o zé. não o agudo, tampouco o da sua voz. queria o tom da cor... sabe?! aquela que pinta o dia, ilumina meu palco, e a vida que acredito existir. qual seria?

o vermelho da paixão? muitas vezes despedaçando meu coração, mas sempre me reerguendo ao encontrar um novo amor.

ou seria o verde delirante dos teus olhos? me levando sempre ao teu encontro e depois, fazendo me desencontrar de mim mesma.

o azul do mar que eu vejo quando tudo dá errado e eu fujo prá praia? ou mesmo quando tudo dá certo e surge aquela vontade de correr pela areia e fazer castelos.

talvez o amarelo do sol que bate no meu rosto enquanto dirijo com a música bem alta e o vento batendo no meu rosto -além, é claro, de embaraçar todo meu cabelo?

sem hierarquizá-las, a mistura me leva ao roxo daquela blusa do nosso primeiro encontro. ao marrom do meu sapato novo. ao cor-de-rosa-penelope do meu edredom tão acolhedor. ao laranja perfumado e cítrico da minha fruteira. sem esquecer do arco-íris da alameda itu.

mais um dia branco, mais um dia através do prisma – não aquele comum de sete cores, mas um especial e exclusivamente meu, com muitas outras.

mais um dia claro, mais um dia de claridade. porque no branco é tudo a mesma coisa. tudo e nada nem sempre é o que procuro, às vezes eu quero ficar no escuro mesmo e me guiar através do som. mas outro dia eu explico essa parte.

*texto encontrado nos meus arquivos de 2005. ah, tempos saudosos.

sexta-feira, 13 de março de 2009

passou


hoje ela acordou sozinha. não que isso seja uma novidade, ela sempre acorda sozinha. mas hoje ela se sentiu sozinha, olhou prum lado e pro outro: ninguém. nada.

sentiu falta do mundo na cama dela, e pela janela não via nem o sol. onde estavam todos? se fosse uma brincadeira que acabasse ali, não tinha mais graça... não gostava de pic-esconde desde que tinha 4 anos e se perdeu sozinha no jardim escuro.
de nada adiantou.

ela foi corajosa. enfrentou e levantou decidida a seguir em frente.
no banheiro, um banho. na cozinha, uma fruta. saiu com o carro para trabalhar. ninguém, ninguém. ninguém.

se era brincadeira, quando ia acabar? esperava... esperava...


e ela passou pela vida assim, esperando o mundo aparecer e lhe fazer companhia.

sexta-feira, 6 de março de 2009

da série coisas raras

desde que vim embora pro interior, sinto saudades de muita gente. principalmente das minhas melhores amigas.

a vida é assim, junta, depois separa, depois junta de novo. vai saber o que vai acontecer daqui pra frente... o que tenho é uma certeza muito grande de que essas vieram pra ficar, pra sempre.

amanhã nos encontramos, um raro final de semana com toda a família reunida: filhos, maridos, namorados, papagaios e afins. ô delícia! fico ansiosa só de pensar que não posso esquecer de nada, que tenho que contar todas as novas lembranças, mostrar todas as novas cicatrizes, listar os preparativos do grande evento, perguntar a opinião delas pra todos os próximos passos, ah.... quanta coisa! melhor anotar!

apesar de mais distante, sempre mantivemos a amizade -ainda mais com toda esta tecnologia a nosso favor. mas um final de semana juntas não passamos há uns dois anos mais ou menos. e um final de semana juntas com a família inteira deve fazer três.

tenho o melhor sentimento do mundo, tenho toda a saudade do universo e tenho toda a alegria do reencontro.

amanhã. contagem regressiva.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

crise de criatividade

de volta à labuta.

aqui estou, tentando escrever um texto sobre diversidade sexual na companhia. não sei o porquê, mas emperrei nele desde ontem.
o tema é interessante, o projeto tem sido levado a sério e as reuniões foram muito frutíferas. mas o texto não sai.

eu leio as notícias da internet, pesquiso temas pendentes no google, estudo a greve do 8 de março das mulheres na cotton, reviso a intranet, o house organ, me informo dos resultados da pesquisa de opinião interna, pego uma água, converso com as pessoas que sentia saudade. mas o texto que é bom, nada!


não consigo falar sobre diversidade sexual sem puxar sardinha pro meu lado e resgatar o supra sumo do mais cruel dos meus instintos contra o machismo em que eu cresci. e, diga-se de passagem, sempre detestei.


hoje, na hora do almoço, meu pai, um machista que ingenuamente pensei já ter abandonado o cargo -mas pelo visto não, lançou a seguinte pérola numa discussão de alto teor cultural sobre fábio jr. e gretchen (os ídolos de mamãe e dele respectivamente).


quando comentei com a progenitora que tinha visto na capa de uma revista-de-fofocas-da-manicure que o pseudo-galã seria pai pela enésima vez e que ele tava um bagaço, papai retrucou que ele sempre o tinha sido. e que boa mesmo era a gretchen.

ahhhhhh... pra quê?!

mamãe retrucou alegando que a gretchen é sim uma biscate, e não se diferencia em nada de qualquer uma dessas mulher fruta da atualidade, a não ser pela infelicidade de sua desafinadíssima voz nos “ai, ui” que ela fez questão de gravar. e vender!!!

bem, não concordo, ele alegou: “biscate é esse fábio jr. que casa 7 vezes, tem mil filhos e pega geral. e a mulherada acha liiiiindo....”


eu me senti na obrigação de intervir elencando os filminhos nada família que a sra. gretchen andou rodando mais que a bundinha no piripiripiripiripiri mundinho afora, o que o jr., que por acaso também não me apetece em nada, nunca fez. e poderia. acho.


papai alegou que isso é cinema. que cinema é arte. e que arte é lindo! inclusive discorreu sobre o direito dela de fazer o que quisesse e blá blá blá.


ai se fosse eu...





domingo, 22 de fevereiro de 2009

dpf - depressão pós férias

assim como a verdade universal de que todo mundo que tá vivo, vai morrer. eu não consigo aceitar, mas todo mundo que está de férias vai voltar a trabalhar.

não, eu não voltei ainda. minhas férias sempre começam ou terminam com o carnaval, o que me rende uma segunda, uma terça e uma quarta-feira a mais pra me preparar psicologicamente.

não que eu não goste de trabalhar. eu gosto da minha independência, eu gosto de ser alguém além do meu pai e do meu namorado (ops! noivo), eu gosto de botar na prática algumas coisas que aprendi na faculdade, outras que aprendi com a vida, enfim... mas o grande problema não é esse. o problema é deixar o rio, a casinha e os móveis novos, as pessoas queridas, deixar minha liberdade, deixar meus horários flexíveis, minhas praias durante a semana, os tubarões e as tartarugas de fernando de noronha, o di, os teatros, os cinemas, os barzinhos.

por outro lado, volto pros meus amigos da pinda, pra minha mãe, pro meu pai, pro meu irmaozinho que volto
u pra casa, pra academia, pra comidinha light, pros encontros da família, pra vó ia, pros meus chás e meus dois litros de água por dia, pra minha manicure, pra massagem... ééé, não é tão mau assim.

o negócio seria juntar os dois em um só. mas quando? mas como?

esse é realmente um drama na minha vida.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

malandragem carioca

a paixão pelo rio, pela bossa nova, pelo samba e todas suas adjacências sempre esteve dentro de mim.

na última, em particular, sempre admirei os chapéus e camisas brancas, refletindo o sorriso safado dos famosos a muitos "malandros" cariocas. isso porque sempre também pensei que era tudo ginga, jeito de levar a vida, gosto pra se vestir, nostalgia, uma turma... sei lá! qualquer coisa divertida do bem.

hoje, me deparei com um outro tipo de malandro carioca. um malandro sem camisa nenhuma e de bermuda, com um cabelo mais comprido e cacheado, uma barba por fazer e um sorriso cínico.

apareceu no posto 9 em ipanema com um papo de artes cênicas e fundação prá crianças carentes. a lorota não variou muito das tantas outras que escutamos nas ruas e nas praias, mas esse tipo vendia poxtais que a fundação fazia pra arrecadar dinheiro prás criancinhas e tal... a senhorita inocente e senhor bobão pegaram dois na mão: os meus eram respectivamente alliance française e taeq e os dele, a tela imax do espaço unibanco e qualquer outra coisa. o cara ainda selecionou pra não me entregar o do "verão no morro da urca", porque esse tá muito em voga no rio.

é, gentem, prá ficar rico vendendo mica pra gringo em ipanema, até eu!



terça-feira, 13 de janeiro de 2009

mentirinhas

sabe quando eu dizia que adorava ficar sozinha?

é, então, hãn... é....

ou as coisas mudaram ou eu sempre fui uma mentirosa.