quinta-feira, 19 de março de 2009

a.c.o.r.d.a.c.o.r

buscando um dia encontrar, parei pra pensar no tom. não o jobim, nem o zé. não o agudo, tampouco o da sua voz. queria o tom da cor... sabe?! aquela que pinta o dia, ilumina meu palco, e a vida que acredito existir. qual seria?

o vermelho da paixão? muitas vezes despedaçando meu coração, mas sempre me reerguendo ao encontrar um novo amor.

ou seria o verde delirante dos teus olhos? me levando sempre ao teu encontro e depois, fazendo me desencontrar de mim mesma.

o azul do mar que eu vejo quando tudo dá errado e eu fujo prá praia? ou mesmo quando tudo dá certo e surge aquela vontade de correr pela areia e fazer castelos.

talvez o amarelo do sol que bate no meu rosto enquanto dirijo com a música bem alta e o vento batendo no meu rosto -além, é claro, de embaraçar todo meu cabelo?

sem hierarquizá-las, a mistura me leva ao roxo daquela blusa do nosso primeiro encontro. ao marrom do meu sapato novo. ao cor-de-rosa-penelope do meu edredom tão acolhedor. ao laranja perfumado e cítrico da minha fruteira. sem esquecer do arco-íris da alameda itu.

mais um dia branco, mais um dia através do prisma – não aquele comum de sete cores, mas um especial e exclusivamente meu, com muitas outras.

mais um dia claro, mais um dia de claridade. porque no branco é tudo a mesma coisa. tudo e nada nem sempre é o que procuro, às vezes eu quero ficar no escuro mesmo e me guiar através do som. mas outro dia eu explico essa parte.

*texto encontrado nos meus arquivos de 2005. ah, tempos saudosos.

Nenhum comentário: