sexta-feira, 25 de setembro de 2009

medos


tem gente que tem medo de barata. minha mãe, por exemplo.
tem gente que tem medo de água. hummm... o cascão, por exemplo.
tem gente que tem medo de escuro. tem gente que tem medo de monstro. tem gente que tem medo de fantasma. tem gente que tem medo de gente.

eu tenho medo de ter medo.

acho que mais que a paixão, esse é um sentimento que me vulnerabiliza no grau mais elevado da insconsciência e da falta de controle. até porque eu também tenho medo da paixão, o que leva o medo do medo ao primeiro lugar no ranking dos medos que eu tenho medo.

ultimamente tenho tido medo de morrer, o que soa um pouco estranho para os meus míseros 24 anos de vida. mas é que o medo de nunca mais poder sentir a paixão ou mesmo o medo de nunca mais ter medo de sentir medo, me enchem de medo. pavor, nesse caso. e essa é uma das sensações mais esquisitas que eu já senti.

acho que cada um tem dentro de sim um espacinho reservado para as maiores esquisitices.

bem esquisito. não se entende nem com ele, quiçá comigo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

lições da vida #1


não esperar.
a não ser que espere a si mesmo. e mesmo assim: não confie.
você também se trai. mais que qualquer outra pessoa, inclusive.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

o símbolo

há exatos oito anos, em um ato covarde e temoroso, eram destruídos dois dos maiores símbolos de uma nação.

há exatamente um ano, em um ato firme e corajoso, era construído um dos maiores símbolos da minha vida.

uma data especial e cheia de significados, que marcou um pedido, um compromisso, um sentimento. como um novo capítulo de um livro, chegou para começar uma nova fase dessa história.

aquele brilho solitário veio iluminar o caminho que eu haveria de percorrer para chegar até aqui, veio me apresentar a vida como ela realmente é: com seus lados bons e os nem tão bons assim.

os bons ficaram e ficarão muito bem guardados, num espacinho de fácil acesso e simples associação, onde qualquer som, cheiro ou imagem relacionada serve de transporte pra um dia lindo, pra uma conversa especial, pra um beijo bom.

os nem tão bons foram pro depósito. ficam lá trancafiados no escuro, porque a empresa que os recolhe para descarte só passa a cada muitos anos... por isso fecho bem e escondo a chave para não correr nenhum risco da tentação me levar a revisitá-los, apesar de vez por outra eu conseguir ainda sentir o cheiro deles saindo por aquela janela. sim, eles têm ar e respiram. ainda não morreram.

assim, depois de devidamente apresentada, a vida segue. eu sigo, ele segue, e o nosso símbolo também segue. cada dia mais reluzente. mais brilhante. mais importante.

é, minha vida.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

além daqui, e dali

na última noite sonhei com ela.

era pequenina, macia, doce e tinha os cílios enormes, como eu havia profetizado. aqueles mesmos cílios negros e compridos que me entorpeceram em um 11 de outubro passado.

falava manso, quase sussurrava -como aquelas abelhas de camões ao vento. monossilábica e onomatopéica, mas era tudo uma questão de tempo que eu sabia. sabia e sentia e sorria. e vivia aquilo como se fosse agora, como se fosse pra sempre.

um desejo guardado, um sonho engavetado. na fila dos próximos acontecimentos. aguardando emergir na alegria e na tristeza um dia prometidas.

enquanto isso o tempo passa, a gente cresce e prepara o mundo. espera pra receber quem um dia veio me ver dormindo.

helena.